Ícaro - Netflix | Crítica.28/2/2018 Neste documentário indicado ao Oscar, um ciclista norte-americano mergulha em um gigantesco escândalo de doping envolvendo um cientista russo caçado por Putin. Dirigido por Bryan Fogel, e estrelado Grigory Rodchenkov, neste documentário o próprio diretor se coloca a prova do doping, criando um planejamento pra se dopar e tirar a prova se o antidoping funciona ou não. Um documentário é o mais próximo do real que nos temos dentro do cinema, e Ícaro mostra bem isso. Iniciado em 2014 com um propósito, o diretor Bryan Fogel acaba conhecendo Grigory Rodchenkov, e o documentário acaba tomando uma proporção e importância muito maior, logo é possível enxergar duas histórias, e saber quando uma acaba e outra começa. O documentário é levado pela história, pelos fatos, tudo documentado com extrema clareza, com intervenções de animação para o maior entendimento do público. Ícaro mexe com o expectador, da mesma forma que o diretor se envolve na história, quem assiste é constantemente surpreendido com novos depoimentos e descobertas. O documentário deixa o sentimento do que é real, será que é possível ainda acreditar no esporte limpo ? Ícaro é um excelente documentário, e não é à toa que foi indicado ao Oscar.
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Mudo (Netflix) | Crítica.26/2/2018 Em um futuro próximo, um homem mudo procura por sua namorada desaparecida no impiedoso submundo de Berlim, onde atitudes valem muito mais do que palavras. Dirigido por Duncan Jones, e estrelado por Alexander Skarsgård, Paul Rudd, Justin Theroux, “Mudo” tenta ter uma boa história, mais peca em diversos aspectos. Com um visual interessante, tudo ainda na onda de Blade Runner, o diretor tenta contar uma história, mais enche a trama de coisas desinteressantes e que não agregam em nada, são duas horas com pouquíssimas coisas que salvam. Com bons atores no elenco, os personagens não criam empatia, não existe nenhum tipo de desenvolvimento ou aprofundamento, pouco se sabe sobre eles. O roteiro confuso e inchado também não ajuda, por diversas vezes a direção perde o foco da trama principal, deixando o ritmo lento, arrastado, longo demais. A tentativa de criar um universo não funciona, nada parece crível, diferente do que já foi feito em outros filmes. O Vilão de Paul Rudd, talvez seja o personagem que tenha mais “desenvolvimento”, mais de forma equivocada, são coisas que não agregam ao personagem, por exemplo a tentativa de encontrar uma babá, um desperdício de ator. Mudo, tentar contar uma história, mais erra demais, e depois de uma hora de tela toda a trama se torna desinteressante e cansativa. Se você gosta muito de ficção-científica vale a tentativa de superar todos os erros que a direção entrega. Projeto Flórida | Crítica.23/2/2018 Com a chegada do verão em Orlando, um mundo de aventura e repleto de possibilidades se abre para um grupo de crianças, liderado por uma menina de apenas seis anos. Enquanto eles vivem as maravilhas da infância, os adultos ao seu redor lidam com tempos difíceis. Dirigido por Sean Baker, mãe e filha vivem em um hotel na beira de uma rodovia movimentada nos arredores de Orlando, com um roteiro que surpreende, crianças são colocadas como protagonistas, tendo em Brooklynn Prince a atriz principal, Christopher Rivera como Scooty, Valeria Cotto como Jancey, no elenco adulto, Willem Dafoe e Bria Vinaite como coadjuvantes da trama. O trabalho de câmeras de Sean Baker é primoroso, sempre colocando o expectador na altura das crianças, planos abertos e deixando os atores sempre no centro da tela. A fotografia se aproveita do por do sol, do comércio e casas abandonadas. O roteiro é bom e explora o dia-dia e conflitos dos “moradores” do hotel. Brooklynn Prince sustenta o filme, brinca, corre, chinga, pede moedas, toma sorvete, e chora. Faz do hotel o seu parque de fantasias, atua como como se fosse gente grande, faz o público rir, e se emocionar. Bria Vinaite está muito bem como Halley, expressiva, agressiva, irônica, podia muito bem ser indica a melhor coadjuvante. Willem Dafoe como gerente Bobby, tinha tudo pra ser o vilão, mais com o decorrer da trama o personagem evolui, se mostrando um defensor. Projeto Flórida retrata o mundo fantástico de uma criança, e em paralelo a isso traz a realidade de uma mãe que faz de tudo pra pagar o aluguel, e um gerente que tenta manter um hotel em ordem, tudo de maneira orgânica. A direção consegue apresentar um mundo crível do ponto de vista de uma criança e de um adulto. CORRE PRO CINEMA! Everything Sucks! | Crítica.22/2/2018 Em 1996, na cidade de Boring, alunos dos clubes de teatro e vídeo encaram os altos e baixos da vida adolescente nos tempos do vídeo-cassete. Dirigido por Ben York Jones e Michael Mohan, Everything Sucks!, tem uma boa premissa, tem ótimas referências, boa músicas, mais peca na falta de carisma de seus personagens. A série começa bem, com muita nostalgia dos anos 90, com um bom ritmo e chega a empolgar. Adolescentes deslocados ingressando no ensino médio, tentando se enturmar e encarar desafios da idade. Com tantos clichês, e coisas que já foram muito bem feitas em outras séries e filmes, a direção tinha o desafia de fazer isso tudo parecer novo a ponto de prender o expectador, algo que não acontece. O roteiro é fraco, a trama não empolga mesmo tendo bons temas envolvidos. A falta de carisma e entrosamento de seus personagens é o grande ponto negativo da série, você nunca acredita que os jovens são amigos de verdade, e nenhum deles carrega o peso dramática que as soluções exigem. Luke vivido por Jahi Di'Allo Winston, começa bem, mais o personagem sofre com o roteiro, que de forma brusca altera o desenvolvimento do personagem, em um momento ele é o cara legal, diretor do filme, e em outro ele é ignorante, briga com a mãe e com os amigos. O resto do elenco(Peyton Kennedy, Patch Darragh, etc) sofre com atuações fracas, Kate tinha o potencial de ser a o ponto alto da série pelos conflitos da personagem, mais devida à fraca atuação se torna desinteressante. Everything Sucks! apela pra nostalgia e músicas dos anos 90, mais peca no roteiro fraco, história desinteressante, e personagens que não cativam e más atuações de seus atores. A Downtown Filmes, a Paris Filmes e a Paris Entretenimento acabam de divulgar as primeiras imagens do Doutrinador, personagem dos quadrinhos criado por Luciano Cunha, caracterizado para o filme. Vestindo sua emblemática máscara respiratória, com brilhantes olhos vermelhos, o personagem interpretado pelo ator Kiko Pissolato utiliza também um uniforme completamente negro para perseguir políticos, empresários e agentes corruptos. “Fiquei muito feliz com o resultado da caracterização para o filme, o personagem está sombrio como um anti-herói deve ser. Acho que vamos marcar uma nova etapa para o audiovisual nacional em relação a filmes de gênero”, diz Cunha. “O Doutrinador” chega aos cinemas brasileiros em setembro deste ano, com direção de Gustavo Bonafé e codireção de Fábio Mendonça. Em 2019, o personagem também será o protagonista de uma série exibida pelo canal Space. O filme e a série foram criados pelo próprio Luciano Cunha e por Gabriel Wainer, que também assinam o roteiro ao lado de Mirna Nogueira, LG Bayão, Guilherme Siman, Rodrigo Lage e Denis Nielsen.
No elenco, além de Pissolato, estão Eduardo Moscovis, Marília Gabriela, Helena Ranaldi, Tainá Medina, Carlos Betão, Samuel de Assis e Tuca Andrada, entre outros. A produção é da Paris Entretenimento e a distribuição da distribuição da Downtown/Paris Filmes. Sinopse: “O Doutrinador” é um anti-herói no melhor estilo dos vigilantes dos quadrinhos. O Doutrinador é Miguel, um agente federal altamente treinado que vive num Brasil cujo governo foi sequestrado por uma quadrilha de políticos e empresários. Uma tragédia pessoal o leva a eleger a corrupção endêmica brasileira como sua maior inimiga. E ele começa a se vingar da elite política brasileira em pleno período de eleições presidenciais, numa cruzada sem volta contra a corrupção. Pantera Negra | Crítica.20/2/2018 Após os eventos de Capitão América: Guerra Civil, T'Challa retorna para casa, na nação reclusa e tecnologicamente avançada de Wakanda, para servir como o novo líder. Entretanto, T'Challa logo descobre que é seu trono é desafiado por facções dentro de seu próprio país. Quando dois inimigos conspiram para destruir Wakanda, o herói conhecido como Pantera Negra precisa se unir ao agente da CIA Everett K. Ross e membros do Dora Milaje, as forças especiais de Wakanda, para prevenir que o país seja levado a uma guerra mundial. Dirigido por Ryan Coogler, Pantera Negra é de longe o filme com mais representatividade do gênero de heróis. Com uma iconografia africana, e com 90% do elenco negro, a direção entrega um roteiro cheio de camadas e sub-tramas. A trama traz temas como, racismo, refugiados, política, e diversas referências da cultura pop. O filme é vibrante em suas cores, a trilha sonora é moderna e embala a ação. Além de entretenimento, Pantera Negra traz conscientização, e faz o expectador pensar em temas atuais, algo que é raro nos filmes do gênero. As atuações é outro destaque do filme, Chadwick Boseman entrega um ótimo T'Challa, com conflitos internos, alguém que está aprendendo a ser rei. Outro destaque são as mulheres(Danai Gurira, Lupita Nyong’o,Letitia Wright), fortes, inteligentes, responsáveis por defender o trono de Wakanda. O vilão Erik Kilmonger vivido por Michael B. Jordan tem um ótimo desenvolvimento, o diretor faz questão de aprofundar a história do personagem, dando uma motivação real e legítima, mais a partir do terceiro ato o vilão cai no clichê e termina “cartunesco” demais. O ponto negativo fica pelo CGI. Bonecos digitais se enfrentando chega a ser decepcionante. O grande trunfo de Pantera Negra é não ser grande demais em catástrofes mundiais, a trama política de Wakanda, e os dilemas morais de T'Challa sustentam o filme. Moonlight | Crítica.19/2/2018 Black trilha uma jornada de autoconhecimento enquanto tenta escapar do caminho fácil da criminalidade e do mundo das drogas de Miami. Encontrando amor em locais surpreendentes, ele sonha com um futuro maravilhoso. Dirigido por Barry Jenkins, Moonlight é um deleite para os amantes do cinema, e não foi à toa que o longa foi premiado como Melhor Filme no Oscar de 2017. O filme começa com um grande plano-sequência, e apresenta o traficante Juan, vivo por Mahershala Ali, e desconstrói o estereótipo do “bandido ruim”, e o filme faz isso o tempo todo, desconstrói conceitos, mostrando que o mundo não está pronto pra diferentes formas de pensamentos. Logo somos apresentados a Chiron, que é vivido por três, personagens principais, Little(Alex R. Hibbert), Chiron(Ashton Sanders), e Black(Trevante Rhodes), dividindo o filme em três estruturas, em tempos diferentes da vida do personagem. Nos três atores é possível enxergar as características de Chiron, o olhar triste, a cabeça baixa, a opressão pelas circunstâncias da vida. Naomie Harris está excelente, como uma atuação emocionante, e entrega um diálogo no ato final de tirar o fôlego. Além das atuações, outros detalhes técnicos precisam ser destacados, diferentes movimentos de câmera, planos-sequência, a fotografia incrível, e o uso de cores conforme o personagem principal se desenvolve. Com uma direção precisa, atuações de tirar o fôlego, rico em detalhes técnicos, e com uma trama que trata com sutileza dilemas sociais, Moonlight é um filmaço e merece ser revisto. A Grande Jogada | Crítica.16/2/2018 Baseado no livro de memórias de Molly Bloom, uma ex-esquiadora que ficou conhecida como a "Princesa do Pôquer". Além de mostrar os bastidores dos jogos que tinham a participação de estrelas de Hollywood e milionários de Wall Street, o longa-metragem mostra o momento em que Molly começou a ser investigada pelo FBI, acusada de organizar eventos ilegais e de envolvimento com a máfia russa. O longa-metragem recebeu duas indicações ao Globo de Ouro em 2018: Chastain foi indicada na categoria de Melhor Atriz de Filme - Drama, enquanto Aaron Sorkin, diretor do longa-metragem, foi indicado ao prêmio de Melhor Roteiro. 'A Grande Jogada' marca a estreia de Sorkin na direção. Dirigido por Aaron Sorkin, A Grande Jogada é muito bem dirigido, com um roteiro afiado, e um bom movimento de câmeras, o diretor mostra uma direção firme e um bom trabalho de elenco. O filme é dinâmico, de cara somos apresentados a personagem principal Molly, vivida por Jessica Chastain, ela está confortável no papel, e mostra uma mulher segura, inteligente, e ao mesmo tempo frágil. A trama trabalha diversas relações da protagonista, a relação conflituosa com o pai, a relação irônica e de fidelidade com o advogado, e a relação “profissional” com os apostadores. O trabalho narrativo quebra a quarta parede, e faz com a protagonista fale diretamente com quem está assistindo, dando a impressão de estarmos dentro da cabeça da personagem. As atuações são excelentes, Kevin Costner é o pai autoritário, duro, Idris Elba está muito bem como o advogado sério e irônico. Tudo por conta do roteiro que é muito bem escrito, dando profundidade a personagem principal, sem deixar cair o ritmo, o filme é muito linear, deixando o expectador engajado do começo ao fim. O ponto fraco é o tempo que o filme perde detalhando as partidas de pôquer, não acrescenta a história, só agrada aos que entendem do jogo. A Grande Jogada, é dinâmico, sedutor, entrega um ótimo roteiro, ótimas atuações, e desenvolve bem seus personagens principais e suas relações, CORRE PRO CINEMA!!! Noah (Adam Devine) teve um encontro perfeito com a garota dos seus sonhos (Alexandra Daddario), mas é visto apenas como um amigo por ela. Ele passa então os próximos três anos tentando entender o que aconteceu de errado, até que ele tem a inesperada chance de viajar no tempo e alterar a noite e seu destino, mais de uma vez. Usando uma cabine fotográfica mágica, Noah viaja no tempo e revive diversas vezes a noite em que conheceu Avery, tentando conquistar o coração da garota. Dirigido por Ari Sandel, e estrelado por Adam DeVine, Alexandra Daddario, Shelley Hennig. Quando nos Conhecemos, é uma comédia romântica, tem um roteiro simples, personagens carismáticos, e chega até superar expectativas. Adam DeVine está muito bem como Noah, com uma comédia física e cresce durante o filme. Alexandra Daddario, continua devendo atuação, ele é sempre a mesma personagem em todos os filmes, e Shelley Hennig está muito bem, uma boa surpresa, o personagem tem um desenvolvimento e é um dos destaques do filme. Quando nos Conhecemos, não consegue fugir dos clichês das comédias românticas, tornando a história previsível em alguns momentos. Mais o filme se destaca em sua simplicidade, o roteiro certinho, comédia na dose certa, filme curto, bons personagens, e um bom plot twist, não se arrisca, e se sai bem no que se propõe. Se comédia romântica é o seu gênero preferido, esse é o filme certo pra você, um bom filme pra assistir no sábado à noite, com uma boa companhia. Estreia: 29/03 Direção: Claire Denis Elenco: Juliette Binoche, Xavier Beau Vois, Valeria Bruni-Tedeschi e Gérard Depardieu. Indicação: Juliette Binoche, Indicada ao César 2018. Isabelle é uma artista que vive em Paris. Divorciada e mãe solteira, ela está à procura de um amor. Mas um amor que seja verdadeiro. Histórico |